Quem me conhece sabe que uma das minhas paixões é o cinema, e todo ano me esforço para ver, antes da cerimônia, aqueles filmes indicados ao Oscar.
Esse ano é atípico em absolutamente tudo.
A tradicional premiação que acontece no final de fevereiro e início de março esse ano está agendada para 25/04.
Um dos indicados é uma obra prima: Pieces of a Woman.
Uma das primeiras cenas já apresenta um rosto que aprendi a admirar por seu trabalho em The Crown, Vanessa Kirby faz uma atuação impecável e demonstra ser capaz de interpretar diferentes papéis em uma profundidade incrível.
A direção de Kornél Mundruczó entrega algo que não parece ser tão popular no cinema moderno de grandes bilheterias, boa parte das cenas são gravadas como se a câmera estivesse na mão de alguém que convive com aqueles personagens, a sensação que temos é que convivemos com aqueles dramas diários e por vezes podemos nos confundir com determinados personagens. Atenção também a como ele lida com a cronologia dos fatos, acredito que poderia ter tido um pouco mais de cuidado para representar as tensões psicológicas que as semanas guardam entre os fatos registrados.
O filme gira em torno do luto!
Não recomendado para famílias que perderam bebês recentemente, pois retrata detalhes muito vivos que podem disparar determinados gatilhos.
Óbvio que todo processo de luto deve ser fechado em si mesmo, e isso o filme retrata com sutileza e beleza, passando também por todas as tempestades que levarão para essa conclusão.
Um filme forte, simbólico, com um final não tão enigmático, mas com algumas interpretações.
Que guarda mensagens em diversos cantos, inúmeros pedaços de papéis e em pequenas sementes de maçãs.
Vale a pena dedicar cerca de 2 horas para essa história.
Fico feliz em poder apreciar trabalhos como esse, minha alma fica um pouco mais sábia, um pouco mais compreensiva, aproxima-se da plenitude quando contempla experiências como essa.
Torço que seja uma experiência enriquecedora pra ti também!
Abraços
A.B.
05/04/2021