Olhar para o outro me convida necessariamente a olhar para mim.
E olhar para mim é contemplar o desconhecido, é olhar para além do superficial, é refletir sobre o que está oculto, o que aparentemente é imperceptível. Seria como entrar em uma casa e notar os móveis, as cores das paredes, os eletrodomésticos, os cômodos e tudo que preenche a casa sem pensar em quantas pessoas lá residem, ou até mesmo quantas foram necessárias para sua construção.
Como é o seu alicerce?
É algo que frequentemente deixamos de observar, o superficial prende mais a nossa atenção. Só notamos o que é mais profundo quando há problema, quando há rachaduras, vazamentos e riscos. Porém freqüentemente somos convidados a ampliar nossa percepção sobre cada ponto, a vida constrói uma oportunidade de puxar a nossa atenção ao que é essencial.
Mortes de pessoas queridas, crises financeiras, casamentos, separações, doenças… E agora um vírus que prende a atenção de grande parte da humanidade. Quando duas pessoas estão brigando tem uma forma de fazê-las se unir, entregue um inimigo em comum. Pronto!
O que aparenta ser um dos maiores problemas da humanidade pode ser capaz de guardar uma das maiores soluções, para o que muitos já estava esquecido, ou pelo menos escondido em algum lugar do seu cotidiano: a sua própria humanidade.
Aceito que cada um é um universo e agora é hora de olhar para tudo que nos construiu até aqui, nadamos de braçada e nos afastamos muito da borda, beberemos muita água, nos afogaremos para ter um fôlego e conseguir voltar, ao nosso centro, ao nosso eixo e respirar mais livremente dentro do que é essencial.
Agradeço por estar fazendo parte desse momento da humanidade,
Forte abraço,
A.B.
Que brilhe a nossa luz!