Espiritualidade

Durante a última edição do reequilibrando atravessei rapidamente uma estrada larga que nos leva a muitas reflexões, e me senti convidado para elaborar com uma maior atenção essa temática.

Falo sobre a minha compreensão do termo espiritualidade.

O primeiro ponto é desconstruir a ideia de que espiritualidade está ligada a religião, te digo que através de práticas religiosas podemos nos espiritualizar, mas não obrigatoriamente. E o inverso também é verdade.

Gosto de uma proposta que mostra níveis lógicos de aprendizagem e mudança, essa ideia é apresentado pelo antropólogo Gregory Bateson e aprofundada por Robert Dilts. Basicamente para mudar algo em nós mesmos somos convidados a desenvolver aprendizagens, e uma mudança em um determinado nível só é possível se aprendermos algo naquele mesmo nível.

Os níveis são: ambientes, comportamentos, capacidades (estratégias mentais), crenças e valores, identidade e espiritual.

Isso me aponta para uma lógica que só é possível viver minha dimensão espiritual quando busco integrar todos os outros níveis! Quando vivo aquilo que sou e enxergo em mim um ser complexo e total, consequentemente quando tudo aquilo que acredito e valorizo me impulsionam para respeitar o que os outros acreditam e valorizam. Desse ponto nascem capacidades e comportamentos condizentes com esse processo nos diversos ambientes que convivemos.

Sempre me questiono se aquelas pessoas bondosas e caridosas faziam o que faziam não por querer, mas por não saberem fazer diferente. Por suas transformações serem tão profundas, em uma dimensão espiritual, que naturalmente surgiram aqueles comportamentos que assistimos. Falo sobre aquelas pessoas bondosas e caridosas que saltam aos olhos da humanidade, como por exemplo Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulci, Francisco de Assis, dentre outros.

Então me parece que a forma mais honesta de viver a espiritualidade é me encaixando naquilo que sou e convidando as pessoas a viveram aquilo que elas são.

Repetir para mim mesmo: eu sou luz. Ajuda-me a lembrar que é impossível a luz servir somente para si mesma, ela existe para iluminar, as vezes escondemos essa luz embaixo de uma mesa, mas quando mais forte ela brilha mais intensa é sua claridade, e mesmo escondida será vista. O ideal é que ela seja colocada em um ponto alto, para que seu propósito se cumpra, para que ela seja ela, para que ela faça aquilo que naturalmente ela faz, para que ela cumpra seu propósito de existência. Sem iluminar, uma luz nada é.

Espero que possamos viver nossa espiritualidade, mesmo que os tempos sejam tão confusos e que algumas vezes notícias, situações ou pessoas nos tirem do eixo. Que possamos sempre lembrar: não nos espiritualizamos para sermos sozinhos, não evoluímos sem o contato, sem a percepção que tocamos intencionalmente ou não a realidade e aqueles envolvidos com tudo isso.

Espero que a edição do reequilibrando com essa temática nos aproxime um pouco mais da nossa própria humanidade. Até lá!

25/03/2021

Adamo Brasil

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