De onde sair?

Após participar de um workshop fui surpreendido com um texto que quero compartilhar com vocês, minha mente me entregou, simplesmente surgiu, quase como acontece quando recebemos algo pelos correios.

Parece que em alguns momentos da vida nos encontramos em um lugar escuro e frio, sem nenhuma visibilidade, só absorvemos estímulos que nos assustam, sons estranhos e distantes, uma sensação terrível de estarmos fechados.

Algumas vezes encontramos uma fonte de luz, uma pequena lanterna ou uma tocha. Iluminando ao redor percebemos que estamos em um túnel, temos uma vaga ideia de como fomos parar ali e somos tomados por uma lembrança que há um fim, que há uma saída. Paramos um pouco, juntamos forças e seguimos buscando essa saída. Depois de muita caminhada, com as pernas doloridas e uma pontinha de desesperança, enxergamos a luz! Corremos até lá, nossas pupilas se alteram, olhamos ao redor e observamos toda a luz, todos os elementos que não éramos capazes de ver, se quer de imaginar.

Plantas, animais, paisagens, o sol forte lá no alto. Começamos a caminhar e parece que tudo está certo, que o túnel passou, que é desnecessário voltar ali, que a vida agora pode ser diferente.

Por vezes passamos anos e anos nesse novo cenário e quando tudo está bem, quando tudo está estabilizado, quando estamos bem distantes daquele túnel somos convidados a fazer uma escolha!

Andando por ai parece que tudo é real, até o dia em que batemos em uma espécie de vidro e percebemos que estávamos esse tempo todo olhando através de algo, sentindo parcialmente o vento e o calor, pois não conseguimos sair dos túneis, eles só ficaram transparentes, as paredes ainda estão lá.

Já saímos uma vez, quem sabe aprendamos a sair novamente.

A.B.

 

29/11/2019

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